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Política Terça-feira, 01 de Abril de 2025, 10:55 - A | A

Terça-feira, 01 de Abril de 2025, 10h:55 - A | A

Ganho de trabalhador mais pobre supera inflação de alimentos, mas não beneficia Lula

Em 2024 renda de quem recebe menos ultrapassa IPCA, ao fechar ano em 10,7%

Da Redação

A metade mais pobre dos trabalhadores brasileiros foi a que mais teve aumento na renda em 2024. Seus ganhos subiram 10,7% acima da inflação, superando os 8,7% da classe média e os 6,7% no topo da pirâmide. Na média geral, a renda do trabalho formal e informal subiu 7,1%.

A alta no ganho dos mais pobres representou melhora na distribuição de renda e superou inclusive a inflação de alimentos (7,7%), item com o qual as famílias de baixo poder aquisitivo gastam boa parte do que recebem.

O aumento da renda do trabalho acima da variação dos preços da comida, porém, não foi suficiente para conter a deterioração da popularidade do presidente Luz Inácio Lula da Silva (PT). A inflação de alimentos, segundo especialistas, está na base do mau humor da população com o governo.

O economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social, considera um "grande paradoxo" a renda ter aumentado, até acima dos preços dos alimentos, e a popularidade do governo ter derretido recentemente.

Segundo o Datafolha, o índice de ótimo/bom do governo Lula caiu de 35% em dezembro para 24% em fevereiro. Entre os eleitores mais pobres (com renda até R$ 3.036), a taxa despencou de 44% para 29%.

"A população é muito sensível à inflação de alimentos. Mas talvez também haja mais boas notícias para os ´convertidos` [que apoiam Lula], como o aumento real no salário mínimo, do que para os que não apoiam, como empreendedores, que têm custos maiores com esta política", afirma Neri.

Para Marcos Heckscher, pesquisador do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), o "principal fator objetivo" a explicar a queda na popularidade do governo Lula é a inflação de alimentos —que não deve dar trégua neste ano.

"Poderia ser pior sem o aumento da renda. Mas os alimentos vêm subindo há tempos acima da inflação geral", diz. Entre janeiro de 2020 e dezembro de 2024, o preço da comida variou 55%, ante 34% no acumulado do IPCA.

O cientista político Antonio Lavareda também destaca a falta de "elementos estruturados" no governo Lula. "Aos olhos da população, o que fica é uma imagem frágil, que parece não ter propósito", diz.

Lavareda acredita que a inflação de alimentos, apesar do crescimento de 3,4% do PIB no ano passado e do aumento da renda, esteja na base da queda na popularidade de Lula, que tem como bandeira o combate à fome e pobreza.

"E o gatilho parece ter sido as críticas em relação às mudanças (na fiscalização) do Pix em janeiro, amplamente exploradas contra o governo nas redes sociais. Lula agora tenta reagir com mais comunicação, mas ainda falta uma mensagem central", diz.

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