O ge publicou na semana passada o Guia Brasileirão. A página, baseada em cinco critérios diferentes, estabelece uma pontuação para cada clube – indicando favoritos ao título, times que podem surpreender, potenciais coadjuvantes e equipes que tendem a lutar contra o rebaixamento.
Os oito clubes com maior pontuação, na ordem, foram Flamengo, Palmeiras, Inter, Atlético-MG, Botafogo, Corinthians, São Paulo e Bahia. E nenhum deles venceu na rodada de estreia – que se encerrou nesta segunda-feira (31/03) com o jogo entre Bragantino e Ceará, que também empataram.
Essa coincidência não indica que o guia esteja errado. Ela mostra, isso sim, o equilíbrio e a dificuldade embutidos no campeonato. E alerta que a liberdade para erros é mínima. São recados que a primeira rodada já se prontificou a dar.
Considero o Flamengo favorito ao título. Ele tem o melhor elenco do país, traz uma base do ano passado, conta com um treinador que melhorou a forma de o time jogar e será fortalecido pelo retorno de ótimos jogadores que se recuperam de lesão (o atacante Pedro entre eles). Mas no sábado, contra um de seus concorrentes mais fortes, não conseguiu vencer, mesmo jogando em casa.
O Inter, em estratégia inteligente de Roger Machado, tirou a profundidade do Flamengo ao armar uma linha defensiva com cinco jogadores. Filipe Luís reagiu a tempo de dominar a partida, sobretudo o segundo tempo. Conseguiu buscar o empate (1 a 1) e poderia ter virado. Mas não virou. E já abriu o campeonato perdendo dois pontos.
O mesmo vale para o Palmeiras, que repetiu, contra o Botafogo, o pecado que lhe custou o título paulista – certa dificuldade para encontrar soluções ofensivas, mas desta vez em menor grau, como exemplifica a chance clara perdida por Flaco López quase no fim da partida, encerrada em 0 a 0 no Allianz Parque.
O atual campeão brasileiro, em contrapartida, deu sinais de evolução na comparação com o espantalho de equipe que preocupou a torcida nos primeiros meses do ano. O período de treino com Renato Paiva parece ter feito bem ao time.
Em Porto Alegre, o Atlético-MG pagou caro pelos gols perdidos nos primeiros 15 minutos, quando o Grêmio repetiu seus piores momentos defensivos da temporada. O Galo encontrou espaços com facilidade, saiu na cara de Tiago Volpi e poderia ter feito dois ou três gols – evitados pelo goleiro. Acabou permitindo que o time da casa se organizasse em campo, chegasse a dois gols e encaminhasse a vitória final por 2 a 1.
O Bahia também perdeu grande chance de vencer. Fazia jogo altamente competitivo contra o Corinthians e vencia por 1 a 0 – mas teve Everton Ribeiro expulso com apenas seis minutos do segundo tempo. Não suportou a pressão: levou o empate aos 44.
Para o São Paulo, a decepção foi ainda maior. O 0 a 0 em casa contra o Sport foi marcado por um pênalti perdido por Calleri. As vaias da torcida aumentaram a pressão sobre o técnico Luis Zubeldía. Se o time não evoluir, ele tende a seguir o caminho de Mano Menezes. Após a derrota por 2 a 0 para o Fortaleza, o treinador foi demitido pelo Fluminense na primeira noite (nas primeiras horas) do campeonato.
