A reação do governador, Mauro Mendes, em relação aos problemas que emergiram em conseqüência dos atrasos na execução das obras do BRT (Bud Rapid Transit), deixam transparecer a insegurança de quem sente o chão se abrir embaixo dos próprios pés. Mais do que o simples cumprimento de um cronograma, a conclusão das obras carregam componente político e eleitoral, uma vez que além dos transtornos, encontra-se em jogo a imagem do governo estadual, cujo prestígio sairá devastado, caso o BRT não seja inaugurado antes do período eleitoral.
Caso o atraso se confirme, a obra do BRT será um dos pontos centrais a serem explorados pelos adversários, com forte impacto na opinião pública. De modo que a irritação do governador Mauro Mendes é típica das situações em que o governante sente que está a caminha de perder o “timing” na execução de obras vitais, e cujo atraso é altamente comprometedor.
Obras de trânsito sempre afetam o humor dos cidadãos obrigados a enfrentar transtornos. Logo, a não conclusão de uma obra com a característica do BRT tem potencial para provocar grande descontentamento e desgaste.
Em entrevista ao site Folhamax, Luiz Miguel de Miranda, professor aposentado da Universidade Federal de Mato Grosso e doutor em engenharia de trânsito, foi categórico ao afirmar que “será um verdadeiro ato histórico se for concretizado”, referindo-se à conclusão das obras do BRT. Noutras palavras, o especialista avalia ser muito difícil a conclusão da obra do BRT até o final de 2026.
A guerra política com o prefeito Emanuel Pinheiro para acabar com o VLT, induziu o governador Mauro Mendes a cometer precipitação. Pensando apenas em consolidar o BRT e decretar o fim do VLT, agiu com imprudência. Mauro Mendes pode ter dado passo em falso, e agora encontrar-se refém de uma situação complexa, difícil de ser contornada.
As obras deveriam ser entregues em novembro do ano passado (2024), mas a disputa política com o ex-prefeito de Cuiabá, que advoga a escolha do VLT, atrasou a construção da pista e estações do BRT. Às pressas, o governador assinou Regime de Contratação Integrada (RDCI), modalidade de contrato utilizado para “acelerar” a execução das obras. Procedimento efetivado sem detalhamento e análise da complexidade das obras, na disputa com o VLT. Agora, problemas complexos e falhas iniciaram a surgir, mostrando que existem muitos imprevistos a serem enfrentados, que além de recursos extras, demandam tempo.
Até agora das obras que deveriam ter sido concluídas em novembro do ano passado (2024), apenas 20% foram edificadas. Falhas no anteprojeto, mudanças no trajeto, atraso na liberação de licenças ambientais, erros nas posições das portas automáticas e das aberturas de acesso que não coincidem com as portas dos ônibus, e traz risco à segurança dos usuários, entre outros, são problemas que surgiram no curso de execução das obras.
Isso tudo afora a necessidade dos viadutos projetados para as obras do VLT necessitarem de adaptação para o BRT. A drenagem do córrego da Prainha, que não constava no anteprojeto, precisa ser incluída no cronograma das obras, devido o histórico de alagamentos na região, pois sendo elétrico o BRT não pode operar em vias inundadas por água.
Álvaro José Ormon 21/01/2025
O pior disso tudo é saber que foi para o buraco do ralo 1,1 bilhão gasto no VLT, sabendo que o VLT não soluciona o problema do transporte coletivo dentro de Cuiabá e Várzea Grande e que o dinheiro jogado fora é dinheiro do povo, do contribuinte.
Julio Cesar Freitas Coelho 19/01/2025
Infelizmente a arrogância de governantes inescrupulosos, que acreditam estarem acima do bem e do mal resulta nesses desastres que só oneram e atrapalham as pessoas. Não satisfeito o digníssimo ainda vai protagonizar dois desastres ambientais, chapada e o morro de santo Antônio, que estava lá quietinho como ícone cultural de nosso povo e esse criminoso foi fuçar lá. E o pior que ninguém faz nada. Lamentável…
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