O ex-deputado estadual e atual presidente da Associação dos Policiais de Mato Grosso, João Batista, rebateu as críticas recebidas pelos policiais penais durante a discussão a respeito da lei para regulamentar o funcionamento dos presídios.
João Batista citou, que “em todos os segmentos profissionais, existem os bons –geralmente a maioria – o os maus profissionais, e na Polícia Penal não é diferente”. Baseado nesse conceito condenou a “insistência de várias autoridades, incluindo o governador e o presidente do Grupo de Monitoramento do Sistema Penitenciário (GMF), Desembargador Orlando Perry, em focar suas declarações, quando se trata da entrada de celulares nas unidades prisionais, exclusivamente na suposta corrupção de servidores”.
Segundo João Batista, “essas autoridades se esquecem das centenas de apreensões anualmente realizadas nas unidades do Sistema Penitenciário do Estado de Mato Grosso: drones abatidos em Rondonópolis e outras cidades, visitantes flagrados tentando entrar com celulares durante as revistas, funcionários de empresas terceirizados envolvidos, presos que trabalham fora e retornam apenas para dormir nas unidades prisionais, são apenas algumas das estratégias usadas para burlar o sistema e garantir o acesso aos aparelhos”.
“Outro ponto que essas autoridades não mencionam é o estado em que se encontra a segurança interna do Sistema Penitenciário, resultado de concessões feitas ao longo do tempo pelos próprios órgãos fiscalizadores”, lembrou João Batista. Prosseguindo, ressaltou “que sob o pretexto de evitar motins e rebeliões, as visitas do GMF e outros órgãos, frequentemente resultam em flexibilizações de regras que tornam o trabalho dos policiais penais ainda mais difícil”.
“Importante destacar que os policiais penais e servidores do Sistema Penitenciário, muitas vezes arriscam a própria vida, deixando suas famílias em casa, de dedicam à execução da pena com dignidade, buscando dar oportunidades reais para aqueles que querem ser reinseridos na sociedade”, ressaltou.
João Batista entende que “O momento exige regramento mais rígido e o apoio irrestrito aos servidores que estão na linha de frente, destacando que a segurança no Sistema Penitenciário não será alcançada com discursos simplistas, que transformam o policial penal em bode expiatório, mas com investimentos, tecnologia, valorização profissional e, acima de tudo, responsabilidade compartilhada.
Por fim, enfatizou que “o policial penal é parte da solução, e não vilão que muitos insistem em pintar”.