Os transtornos e indefinição em relação à conclusão das obras do BRT iniciam a causar sérios problemas, além de afetar o trânsito, agora com a redução das vendas e efeitos negativos sobre os serviços e negócios localizados na Avenida do CPA, trecho em que se encontram em execução.
Na busca por amenizar os impactos negativos a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) está propondo a alteração na cobrança dos Impostos municipais sobre Serviço de Qualquer Natureza (ISSQN) Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), e no Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS), tributo estadual.
Inicialmente a conclusão estava prevista para novembro de 2024. Foi adiada para o final de 2025 e novamente prorrogada para 2026. Até o momento apenas 20% da obra foi construído, e a indefinição quanto à conclusão, resulta do açodamento no início da edificação, o que tem gerado perplexidade.
Em Cuiabá ocorreu uma acirrada disputa, por um lado, movida pelo ex-prefeito Emanuel Pinheiro pela construção do VLT, de outra parte pelo governador Mauro Mendes, defensor do BRT. Para impor o BRT o governador não mediu consequências, submeteu a contratação da obra pelo Regime de Contratação Integrada (RDCI), procedimento utilizado para evitar gasto de tempo com concorrência pública e acelerar a obra. Procedimento, ressalte-se, efetivado sem projeto arquitetônico com detalhamento e análise da complexidade das obras. Agora, problemas complexos e as falhas iniciaram a surgir, mostrando que existem muitos imprevistos a serem enfrentados, e como provável desdobramento deve trazer aumento do valor do custo das obras e demandar tempo bem maior para a conclusão.
Em artigo publicado no dia 26 último, A Gazeta Digital traça um paralelo do andamento da obra em Cuiabá com a trajetória para construção do BRT em Goiânia. Cita a matéria da Gazeta Digital, que em Goiânia as obras foram iniciadas em 2015, e precisou de quase 10 anos para conclusão no ano passado, além do preço orçado inicialmente em R$ 242 milhões chegar perto de R$ 1 bilhão ao incluir verba federal, em razão da falta de um projeto arquitetônico sólido.
