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Política Domingo, 02 de Fevereiro de 2025, 06:59 - A | A

Domingo, 02 de Fevereiro de 2025, 06h:59 - A | A

Carne subiu cinco vezes mais devido a ganância por lucro

Adalberto Ferreira

Embora haja a tentativa de atribuir o aumento abusivo exclusivamente à alta do dólar, a verdadeira razão é a ganância por lucro, por parte dos pecuaristas e exportadores de carne.

Aos clientes brasileiros, a carne vendida nos supermercados teve aumento muito acima da inflação oficial de 4,83%. O preço da carne teve aumento de 20,8% em 2024, segundo dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), quase cinco vezes mais que o aumento em dólares. Noutras palavras, o preço pago pelos brasileiros na nossa moeda – real - aumentou quase cinco vezes mais que o valor da carne exportada, conforme dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), em consequência da dolarização no mercado nacional.

O aumento do dólar em relação ao real levou os exportadores a dar preferência para as vendas da carne no mercado externo, e aproveitando a maré favorável exploram os consumidores brasileiros impondo a dolarização do preço.

Pensando apenas nos próprios lucros, para continuar vendendo no mercado brasileiro, o produtor embute o aumento do dólar frente ao real na carne, para elevar o lucro. Assim, o consumidor brasileiro sente a disparada do dólar no bolso.

No Plano Safra 2024/2025 o governo destinou R$ 400,59 bilhões para financiamento do agronegócio, que, por conseguinte, contempla o setor de pecuária. O Plano Safra é financiado por recurso público, proveniente dos impostos pagos pelos brasileiros, que, no entanto, recebem em troca a cobrança de preços abusivos pelos produtos. Levando em contas que os países compradores pagam em dólares, e não tendo obrigação nenhuma em relação a manutenção da segurança alimentar da população, os produtores também cotam em dólar o preço da carne para os brasileiros.

É aquela velha história: se o brasileiro não quiser pagar em dólar tem o mercado formado pelos países importadores disponível.

No Brasil só existe regras econômicas para os trabalhadores, contemplados por minguados reajustes de salários com base na inflação oficial, que na verdade não reflete o aumento do custo de vida. Mas para os mais ricos o céu é o limite e tudo é permitido.

Além disso, devido à gestão eleitoreira, o governo quer a qualquer preço conquistar apoio do agronegócio, somado à incompetência de não formar estoques reguladores, estratégia utilizada no passado que deu certo no controle dos preços.

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