Em Chapada dos Guimarães o clima é de apreensão, devido a interdição do trânsito de veículos na rodovia MT 251, trecho do Portão do Inferno, a partir desta segunda-feira (02/12) até 18 de dezembro. A interdição se estenderá até a véspera do Natal, controlada por barreira em sistema pare e siga, entre às 07h30 e 16h30, e existe um clima de medo de prejuízos, principalmente entre os comerciantes e hoteleiros, porque o último mês do ano é um período economicamente dos mais importantes, época na qual ocorre grande deslocamento de turistas para a cidade.
Verdade seja dita, o transtorno é resultado do descaso das autoridades governamentais em relação às advertências de especialistas em conseqüência dos riscos de desabamentos no trecho do Portão do Inferno. Desde 2010 geólogos vêm advertindo que a área passava por um processo contínuo de erosão, que inevitavelmente teria como desfecho o agravamento da situação, com previsão da ocorrência de desmoronamentos. Portanto, há 14 anos geólogos alertaram as autoridades governamentais para os riscos de desabamentos, mas as advertências não foram ouvidas, e conforme previsto o desabamento se agravou.
O processo de erosão e risco de desabamento foi detectado na administração do ex-governador Silval Barbosa (2010-2014), sucedido por Pedro Taques, que governou o estado entre 2015 e 2018, e nenhum deles resolveu o problema. Por último, Mauro Mendes, há praticamente seis anos no cargo de governador, somente agora, emparedado em razão da circunstância de caos, foi forçado a tomar providências.
Como sempre ocorre, a coletividade paga alto preço. Os deslizamentos e interdições da rodovia MT-251 chegou a provocar a queda de 50% das atividades produtivas, um duro golpe na economia do município de Chapada dos Guimarães, atingindo as pousadas, bares, restaurantes, hotéis, comércio, negócios, e a população em geral.