As contas públicas de novembro, divulgadas na segunda-feira (30/12) pelo Banco Central, confirmam o crescimento escandaloso dos gastos públicos com os juros da dívida, resultado da política monetária criminosa, praticada pelo Banco Central nos últimos meses; em apenas um mês – novembro – o país pagou R$ 92,5 bilhões aos banqueiros e demais agentes que especulam com títulos do governo.
Este montante de R$ 92,5 bilhões pagos em juros representa mais do que o dobro dos R$ 43,6 bilhões pagos em novembro de 2023. No acumulado em doze meses até novembro deste ano, os juros nominais alcançaram R$ 918,2 bilhões (7,85% do PIB), comparativamente a R$ 713,4 bilhões (6,56% do PIB) nos doze meses até novembro de 2023.
No acumulado em doze meses, o déficit nominal alcançou R$ 1.111,0 bilhões (R$ 1,1 trilhão) ou 9,50% do PIB, ante o déficit nominal de R$1.092,8 bilhões (R$ 1 trilhão), ou 9,42% do PIB) acumulado até outubro de 2024.
Ou seja, o endividamento cresceu mais de R$ 100 bilhões, puxado essencialmente pelas despesas com juros. Não houve endividamento para a criação de ativos ou para aumentar a capacidade produtiva do país. Apenas especulação financeira.
No que se refere à dívida bruta (DBGG) – que abrange Governo Federal, INSS e governos estaduais e municipais – ela também ficou estável, atingiu 77,7% do PIB (R$9,1 trilhões) em novembro de 2024, redução de 0,1 p.p. do PIB em relação ao mês anterior. Essa redução decorreu principalmente da variação do PIB nominal (-0,6 p.p.), do resgate líquido de dívida (-0,3 p.p.), da evolução dos juros nominais apropriados (+0,7 p.p.) e do efeito da desvalorização cambial (+0,2 p.p.). Mais uma vez, os juros são disparadamente o principal causador da alta da dívida.
Fonte: Jornal Hora do Povo