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Política Terça-feira, 07 de Janeiro de 2025, 16:42 - A | A

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Considerar família com renda mensal de R$ 3,4 mil classe média é enganação

IBGE registra que no Brasil família possui três membros, e renda familiar de R$ 3,4 mil representa R$ 1.333 mil por pessoa

Da Redação

Um levantamento realizado pela “Tendências Consultoria”, uma empresa financeira pertencente aos conhecidos banqueiros e próceres neoliberais Mailson da Nóbrega e Gustavo Loyola, concluiu que em 2024 o Brasil voltou a ser um país majoritariamente de classe média.

A conclusão é resultado da definição, adotada pelos autores, de que uma família que ganha R$ 3,4 mil mensais passaria a fazer parte de um segmento social denominado de classe média. Como mais da metade das famílias teria atingido esta renda em 2024, eles concluíram que o Brasil passou a ser um “país de classe média”.

No entanto, a definição do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para famílias consideradas de classe média no Brasil é outra, diferente da adotada pela “Tendências Consultoria”. O Instituto oficial considera classe média no Brasil aquelas com renda domiciliar per capita superior a R$ 1.926. Numa família típica de quatro pessoas, isso representaria, portanto, uma renda de R$ 7,7 mil mensais.

O estudo da “Tendências Consultoria”, no entanto, reduz o limite para a “entrada” de uma família na classe média. Uma renda de R$ 3,4 mil para uma família típica de três pessoas significa que cada pessoa desta família recebe R$ 1.333 mil.

Chamar uma família com esses ganhos de nova “classe média”, contraria até mesmo a definição do IBGE, cujos índices têm sido muito questionados. Representa uma afronta ao censo comum. Isto chama-se pobreza.

É verdade que houve um aumento do número de famílias com renda superior a R$ 3,4 mil. Elas passaram de 49,6% da população em 2023 para 50,1% em 2024. Cresceu sim. Mas não é possível que se fale sério ao considerar esta renda como sendo “renda de classe média”.

A melhora das condições sociais e econômicas de uma sociedade – que alguns chamam de entrada na classe média – deve ser obtida com a melhoria real da vida das pessoas e de sua renda e não com o rebaixamento dos critérios de classificação para se entrar no “paraíso” da classe média.

Um outro levantamento recente feito pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) sobre a população em situação de rua no Brasil no último ano mostrou que, ao contrário do que conclui o estudo da “Tendências Consultoria”, a realidade não está nada favorável para as famílias brasileiras.

Houve um aumento de 25% de moradores de rua no país em 2024. Foram 327.925 pessoas a mais morando nas ruas do país no final de dezembro último. O estudo da UFMG revela que um número maior de famílias não está conseguindo pagar nem o aluguel.

Muitos “estudos” feitos nesta era neoliberal são, como este, falseadores da realidade. Fazem isso para confundir a população.

Eles reduzem os objetivos a serem alcançados pelo país e assim superam com facilidade as “metas” definidas por eles. O objetivo deste estudo da “Tendências Consultoria” parece ir nesta direção. Rebaixa-se o nível de renda exigido e, assim, cresce artificialmente a classe média. É simplesmente uma falsificação da realidade e nada mais.

Artimanhas como esta são criadas para embaralhar tudo e impedir que o país se mobilize e almeje mudar a dramática situação social vivida no Brasil. Os neoliberais trabalham para que o país não cresça. É a famosa “estabilidade econômica”. Deixar tudo como está, pois qualquer melhora real na vida das pessoas é uma ameaça aos ganhos dos rentistas e agiotas – que eles chamam contas públicas.

Eles acham que o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil crescer 3% é o máximo. Que mais do que isso pode gerar inflação, juros altos, etc. Ameaçam e chantageiam o país. Só se pode gastar o que se arrecada. Os salários e os investimentos têm que ser contidos. Então, para esses crápulas, uma renda familiar de R$ 3,4 mil está boa demais. É para reforçar toda essa desgraça que estudos como este do Loyola e Mailson são feitos e divulgados.

Fonte: Jornal Hora do Povo

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