O IBGE informou no início da semana a substituição da diretora de Pesquisa, Elizabeth Hypolito, e seu diretor-adjunto, João Hallak Neto. Os dois são funcionários de carreira do IBGE e serão substituídos, respectivamente, pelos também servidores, Gustavo Junger da Silva e Vladimir Gonçalves Miranda.
Segundo o sindicato, em reunião com coordenadores da diretoria na semana passada, Elizabeth Hypolito e João Hallak apresentaram como principal motivo para deixarem os cargos uma série de decisões unilaterais de Pochmann sem a participação da diretora ou de “alguns outros membros do Conselho Diretor”.
“Posturas desrespeitosas às competências e atribuições dos diretores eram constantemente realizadas, como por exemplo, assuntos que deveriam ser discutidos e votados pelo Conselho Diretor da instituição já chegavam praticamente decididos, sem espaço para um debate real. Além das atitudes que fogem aos princípios básicos de gestão pública responsável, a falta de diálogo e de autonomia fortaleceram os desejos de saída dupla”, diz o texto divulgado pela entidade.
As divergências entre servidores e a atual direção do órgão, subordinado ao Ministério do Planejamento, envolvem ainda a criação da Fundação IBGE+ e a mudança de parte dos escritórios do instituto do Centro do Rio para o Horto, na Zona Sul do Rio, o que aumentaria os custos e o tempo gastos pelos funcionários no transporte até o trabalho.
A fundação é apontada pelos servidores como uma espécie de organização paralela no IBGE. Elizabeth Hypolito e João Hallak “defendiam a suspensão temporária da Fundação até que fosse realizada uma ampla revisão do projeto”, afirmou o sindicato, mas sugestões de aperfeiçoamento feitas por ele “sequer foram consideradas”.